quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Amigos que nasceram pela fé

Esse lance de amizade é engraçado. A gente passa a vida inteira conquistando amigos, cultivando as amizades, aí faz algumas bobagens e elas se perdem ou a própria vida trata de dar caminhos distintos. E isso é um ciclo que praticamente não tem fim. Amigos se vão e novos surgem, é da vida.

Amigo é diferente de familiar. Amigo a gente escolhe. Ou deixa as coisas acontecerem até que a amizade seja feita. Familiar não. O familiar está no seu laço mesmo antes de você nascer. E se você já é nascido, ele surge e deve acompanhá-lo pelo resto de sua vida.

Com a chegada das redes sociais, o termo amigo ficou muito amplo. Todo mundo virou amigo. Em alguns casos, seguidor. E a partir disso, deixou de importar a intensidade da amizade, por assim dizer. O que vale é ter amigos. Muitos. Se possível, estourar a cota de amigos de uma conta a ponto de ser necessário um segundo perfil. No entanto, muitos desses amigos nunca se viram pessoalmente, nunca se cumprimentaram. É estranho.

Eu tenho alguns amigos. Mas foi interessante perceber que muitos destes amigos foram feitos na vida cristã, dentro do ambiente da Igreja Católica. E isso é diferente. São amigos que surgem dentro de uma mesma sintonia, dentro de um mesmo rumo. É claro que até neste ambiente as amizades se perdem, é natural, afinal somos humanos e, portanto, imperfeitos.

Estou no ambiente católico há dezessete anos. Desde 1993 participo ativamente de movimentos da Igreja Católica. Tenho uma amiga há dezesseis anos. Neste período, houve um tempo em que ficamos um ano sem contato. E mesmo assim, quando voltamos a nos encontrar, há o mesmo abraço carinhoso, o mesmo entendimento no olhar. Isso é amizade criada e abençoada por Deus. Não que a gente só se encontre dentro da Igreja. A gente sai, se diverte, bebe, brinca, ri. Mas temos Deus no centro de tudo e isso nos fortalece.

Minha família foi criada dentro destes preceitos. Conheci minha esposa dentro da Igreja Católica. Nossos amigos em comum também são, na grande maioria dos casos, do mesmo circulo. É claro que isso não nos torna melhores que os outros, mas gostamos que isso seja assim. Temos certeza que tem um Deus maior cuidando de nossas vidas. E assim é desde o início do matrimônio, quando escolhemos um amigo, Pe. João Tadeu, para oficializar essa união perante Deus.

Mas também tenho amigos que conheci neste ano. Também dentro da Igreja Católica. Parece que somos amigos desde a maternidade. É bom saber que Deus coloca essas pessoas em nossos caminhos e que nelas a gente pode confiar. Dificilmente a decepção virá desses amigos. São “amigos que nasceram pela fé”.

Isso não significa que os amigos estejam somente dentro da Igreja. É claro que os amigos surgem de todos os lugares, do ambiente profissional, da vida secular, do lazer. Tenho muitos destes e também são pessoas em quem confio. Mas já me decepcionei bastante com muitos deles. Muitos não quer dizer todos. Ainda cultivo muitas amizades do ambiente profissional, por exemplo.

Pois valorize suas amizades ao máximo. Saiba com quem você anda. E confie. Mas saiba também que os melhores amigos são aqueles que estão em casa, esperando por ti.



Um comentário:

amanda disse...

Que lindo amor!!! És meu autor favorito, sabia? Te amo, e não é aquele amor que queima, é um amor como o oceano: sereno, tranquilo, que confia, que admira que até se movimenta como as ondas, vira tempestade, mas depois acalma e volta à sua mansidão, e volta a ser oceano. Talvez por ele ter nascido da fé.