quarta-feira, 25 de maio de 2011

A felicidade

A felicidade pode ser um gol, uma vitória, uma taça
Uma taça de vinho, de champagne, de café
Café preto, café com leite, na padaria, na cafeteria, na cama
Cama quente, cama macia, até mais tarde, nunca vazia...

A felicidade pode ser um encontro marcado, mas também por acaso
Encontrar um amigo, íntimo ou não, que há muito não via ou aquele de fé
Ser interrompido no meio do caminho pra abraço apertado
Sorrir e se alegrar imensamente com um simples aperto de mão

Felicidade é ver o tempo passar e saber que algo de bom foi feito
Ensinar o que se aprendeu, aprender o que é preciso (e também o que não)
Deitar a cabeça cansada e acreditar que o dia não foi em vão
Acordar e realizar o que o sonho trouxe há pouco (seria perfeito)

A felicidade é saber que tudo isso é possível
E se não for, paciência, começar tudo novamente
Pois é assim o ciclo diário da vida... e da vida, tão somente
Acreditar em tudo isso e seguir a vida assim... inocência !!!

segunda-feira, 23 de maio de 2011

O tempo

Há um tempo na vida em que as preocupações cotidianas não chegam nem perto de tirar o sono. Nesse tempo, nada é melhor do que ficar horas batendo papo com amigos, sentar no muro em frente ao prédio, tocar músicas da Legião Urbana “por horas e horas e horas” no violão, comer um pacote de Doritos com uma garrafa de 600ml de Coca-Cola e essa ser a principal refeição do dia...

Nesse tempo, havia hora pra acordar, mas nunca era o momento de dormir, sempre dava pra dar mais um sorriso, ou uma gargalhada. Ou até mesmo um xingamento, derramar uma lágrima infantil, ingênua até. Também nesse tempo, ouvia-se vozes. Essas vozes diziam boa noite sem se preocupar com o limite de 140 caracteres. E a expressão “caracteres” também não era utilizada. As redes sociais não existiam. A internet não existia. Computador era artigo de luxo. Telefone celular era um sonho. Telefone fixo, uma obsessão.

Nesse tempo, os amigos andavam grudados todos os dias. Mas muitas vezes não diziam aquilo que precisava ser dito. E o tempo passava. E passava. E passava... e passou !!!

O tempo atual é o de correr atrás do sustento. Perder o sono com as contas não pagas. Esperar ansiosamente pelo próximo quinto dia útil a partir do sexto dia útil. E, se der tempo, sonhar. Nesse sonho, voltar no tempo e repetir algumas cagadas. Mas, o mais importante, fazer outras diferentes. E mudar o tempo...

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Beato João Paulo e a fé

É interessante o fato de o Papa João Paulo II ter sido beatificado no último domingo sem receber a devida importância da mídia. É claro que, no mesmo final de semana, tivemos o anúncio da captura e execução do inimigo público número 1 do mundo, Osama Bin Laden, mas acho que o Santo Padre merecia uma atenção um pouco maior.

João Paulo II foi talvez o papa mais popular da história. Primeiro porque seu pontificado foi o terceiro maior, tendo durado vinte e seis anos. Segundo, porque ele foi o responsável por vários diálogos inter-religiosos como, por exemplo, a aproximação dos católicos com os judeus. O Papa João Paulo II realmente foi um papa pop.

Para o processo de beatificação, primeiro passo para a santificação, devem ser atribuídos milagres aos “candidatos”. A Congregação para as Causas dos Santos considerou milagrosa a cura do Mal de Parkinson da religiosa francesa Irmã Marie Simon Pierre Normand, atribuindo o feito ao Santo Padre.

Porque escrevi tudo isso antes. Muita gente questiona os principais dogmas da fé católica e, a maioria dos questionamentos estão vinculados aos milagres. Hoje em dia, dizem que os milagres não acontecem mais. Claro que, no mundo globalizado atual, e com a ciência ganhando cada vez mais credibilidade em detrimento da fé, fica mais difícil acreditar nos milagres. Mas eu acredito.

Eu acredito que a cura do meu filho, que ficou 13 dias internado na UTI pediátrica do Hospital Santo Antônio, foi obra milagrosa. Aí o mais desavisado leitor diria que eu não acreditei no estudo, trabalho e dedicação dos vários médicos e enfermeiros que estiveram ao lado dele durante todos aqueles dias. Pelo contrário. Eu acredito que Deus agiu milagrosamente pelas mãos daqueles médicos, que conseguiram salvar a vida do meu filho nos momentos mais complicados.

Eu andava um pouco afastado da minha fé. Acredito que Deus não providenciou a doença do meu filho para voltar à minha fé, mas Ele utilizou deste momento para me mostrar que eu poderia (e deveria) voltar a praticar aquilo que sempre tive como norte na minha vida, a minha fé católica.

“Pois eu vou para o Pai, e o que pedirdes em meu Nome, eu o realizarei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho. Se pedirdes algo em meu Nome, eu o realizarei” (Jo 14,12-13).

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Imortalidade é acreditar

Cada vez que o Grêmio vive uma situação de ter que reverter um resultado, surge a famosa Imortalidade Tricolor. No entanto, há muitas interpretações sobre essa imortalidade. A principal delas dá conta de que seria algo sobrenatural que ajudaria o Grêmio a vencer, independentemente da qualidade do adversário e do próprio time.


Para mim, imortalidade é outra coisa. Imortalidade é acreditar. Simplesmente acreditar até o fim. Acreditar que é possível até trilar o último som do apito do árbitro.

Acreditar que dá para vencer o Flamengo de Zico, Junior, Adílio e Nunes no terceiro jogo para ser bi-campeão brasileiro; acreditar que dá para derrotar o Botafogo do técnico Valdir Espinosa e permanecer na primeira divisão; acreditar que dá para derrotar o imbatível Ajax, com um homem a menos, mesmo que seja nos pênaltis; acreditar que dá para derrotar o desconhecido São Caetano no Olímpico lotado e chegar na final do Brasileirão; acreditar que o Santos de Diego e Robinho vai sucumbir ao Olímpico lotado e que o Grêmio vai reverter o placar negativo de 3 a 0; acreditar que dá para vencer os cinco últimos jogos do Brasileiro e seguir na primeira divisão; acreditar que é possível fazer quatro gols no Boca Juniors de Riquelme, Palacio e Palermo; acreditar que o Goiás vai vencer o São Paulo e ajudar na conquista do tri-campeonato brasileiro; acreditar que dá para reverter o placar de dois gols negativos sobre o Cruzeiro e chegar a mais uma final de Libertadores; acreditar...

Acreditar que Escurinho não cabeceia mais na área do xerife Oberdan e que André Catimba pode chutar de pé trocado no ângulo do fenômeno Manga; acreditar que Baltazar pode matar no peito e marcar um golaço no Valdir Peres com o Morumbi lotado; acreditar que Cesar vai sair do banco para botar a cabeça numa bola perdida para desempatar um jogo contra os uruguaios carboneros; acreditar que, mesmo com cãibras, Renato Portaluppi vai entortar o zagueiro alemão e acertar o canto do Hamburgo; acreditar que Alexandre Xoxó vai sofrer um pênalti no final para a cobrança infalível de Dinho no lendário Higuita; acreditar que Ailton vai sair do banco de reservas para fuzilar o “ídolo” Clemer faltando poucos minutos para acabar o jogo; acreditar que João Antônio é capaz de entrar na final e marcar um gol no melhor estilo Maracanã antes de Carlos Miguel dar um toque mágico depois de um cruzamento de Roger; acreditar que o super Corinthians do Luxemburgo não é capaz de segurar o 3-5-2 do Tite; acreditar que é possível pegar um pênalti e vencer um jogo com apenas sete jogadores em campo; acreditar que Pedro Junior pode sair do banco e, de nuca, matar o “ídolo” Clemer em pleno Beira-Rio;

Acreditar que dá para vencer o Universidad Católica por dois gols de diferença e garantir presença na próxima fase da Libertadores. Isso é Imortalidade. Acreditar até o último segundo de jogo. Acreditar...

terça-feira, 3 de maio de 2011

Supermercado irrita

Nada é mais irritante que o supermercado. Não importa a hora, supermercado é irritante. Se eu for sozinho, vou diretamente aos produtos que foram previamente escolhidos e em menos de cinco minutos já estou na fila do caixa. Mas essa ida sozinho acontece em apenas 5% das vezes que vou ao supermercado. Normalmente a família vai completa. Como toda e qualquer mulher, a minha olha todos os tipos e preços de um mesmo produto. Como toda criança, as minhas ficam impacientes, principalmente nos corredores de balas e biscoitos. Com isso tudo, a irritação é questão de minutos. Poucos minutos. Portanto, quer me ver irritado, me leve ao supermercado.