segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Três décadas de shows

Como é legal relembrar as três primeiras décadas de vida. Décadas essas acompanhadas de uma grande paixão, a música. Dá pra dizer que aproveitei muito bem em shows, discos, fitas cassete, fitas vhs... E tudo começou muito cedo.

O primeiro show que fui, ainda criança, foi o Menudo. Não, você pode ter certeza que não me envergonho disso, porque todos da mesma faixa etária lembram bem dessa "banda" dos anos 80. O show foi no Estádio Olímpico em 1985. Na verdade, eu tenho apenas pequenos flashes deste show na memória. Pouca coisa mesmo, mas o show movimentou demais a capital de todos os gaúchos. A galera nascida depois de 1990, por favor, acessa o You Tube e escreve "Menudo" para entender isso que acabei de escrever.

Depois disso, foi apenas na adolescência que voltei aos shows, mas em grande estilo, com uma grande sequência. Ela começou em 1994, quando fui ao velho Bar Opinião para ver o primeiro show de Toni Garrido como vocalista do Cidade Negra em Porto Alegre. Bar lotado (e nem precisava muito pra isso), sem ar condicionado, apenas alguns ventiladores de teto. Ainda faltou luz no meio do show, mas a banda segurou na profi. No mesmo ano, fui ao Teatro Presidente (sim, ele ainda existia) para ver o acústico do Kid Abelha e fiquei na segunda fileira, hipnotizado pela belíssima Paula Toler. Depois do show, ainda tomei champagne com os caras da banda e ganhei uma palheta do baixista Odeid, mas até hoje não sei que fim levou aquela lembrança.

Em 1995, comecei o ano indo ao campo de futebol do Colégio Champagnat, ao lado da PUC, para ver o show do Barão Vermelho. Muito rock n' roll. Participação de Alemão Ronaldo cantando "Satisfaction" e "Campo Minado". Depois, a volta pra casa, a pé, no meio da madrugada. Ainda fui no Gigantinho em 95 para ver Lulu Santos na turnê do "Eu e Memê, Memê e eu". Só bonzinho. Nada de mais.

Já em 1997, o Planeta Atlântida era uma completa novidade, em sua segunda edição. E lá fui eu assistir Skank, Fito Paez e Kleiton & Kledir. Os irmãos, aliás, eu vi novamente em 97 no Salão de Atos da Ufrgs, em um baita show de uma espécie de retorno da dupla. Também vi o Nenhum de Nós em duas oportunidades: uma no Theatro São Pedro e outro ao ar livre, na Praça da Encol. O do teatro foi muito melhor. Quase todos os shows em nível nacional, assim como o Cidade Negra que vi no Gigantinho em 1998, na turnê do disco "O Erê". Show muito, mas muito fraco, com pouco mais de cinco mil pessoas no ginásio. Decepção total.

O último ano da década de 90 começou novamente com uma ida ao Planeta Atlântida, desta vez, nas duas noites. E os grandes shows desta edição ficaram por conta de Engenheiros do Hawaii, Cidadão Quem, Barão, Jota Quest, Titãs e Ed Motta. Fui embora antes do show da Banda Eva, ainda com a Ivete Sangalo em excelente forma física.

Mas foi em 1999 que tive a grande emoção em shows. No Joquei Clube, os mascarados do Kiss fizeram um show monumental, histórico, inclusive com efeitos em 3D. Foi um dia inesquecível, onde fiquei desde o início da tarde na fila para entrar no local do show. Indescritível. A segunda grande emoção veio em 2000, quando ganhei um ingresso para o Rock in Rio, na noite do metal. Foram mais de 20 horas de ônibus para ir ao Rio de Janeiro para ver Rob Halford, Sepultura e Iron Maiden. Depois, mais de 20 horas de ônibus voltando para Porto Alegre, relembrando todos os momentos.

Depois disso, demorei a ir novamente em um show. Foi em 2005, quando fui ao Theatro São Pedro para assistir um sensacional Nei Lisboa voltando a tocar com banda, tendo o mestre Paulinho Supekóvia na guitarra. Em 2008, fiz uma média com a patroa e a levei no show da Ivete Sangalo no Gigantinho. Show de baita energia. E tudo certo em casa. Com isso, fiquei tranquilo para ir ao Teatro do Bourbon Country em 2009 para ver o grande Roberto Frejat, em um show pra lá de rock n' roll.

Mas o recorde de grandes shows assistidos foi batido em 2010. Começou em janeiro, quando voltei da praia para assistir o Metallica no Parque Condor. Muito calor, muita cerveja, muito metal. Depois, um sonho de quase 20 anos se realizando: Guns n' Roses na Fiergs. O grande problema é que o show atrasou mais de quatro horas (o que não é novidade na carreira do Gn'R) e Axl Rose não é mais Axl Rose. Sem nenhuma potência de voz, mas com um domínio completo do palco. Ainda teve a abertura do Sebastian Bach, ex-vocalista do Skid Row. Esse sim, um show que detonou pra valer. Fechando com chave de ouro, Aerosmith na mesma Fiergs. Especial pelo fato de ficar no setor gold, ou seja, grudado no palco, vendo todos os detalhes da memorável performance de Steven Tyler e companhia.

É claro que perdi a chance de ver grandes shows, como a Legião Urbana em 1994, que eu não consegui ingresso, e os mais recentes como Eric Clapton, Rush, Roger Waters e Paul McCartney. Mas, sinceramente, não há do que reclamar. Vi muitos shows. Todos com suas histórias. Todas bem guardadas na memória de três décadas.

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